LUDWIG II DE WITTELSBACH (Rei da Baviera) (1845-1886) Filho mais velho de Maximiliano II, este soberano extravagante e melancólico chamado de o Rei Louco é o paradigma do monarca romântico, mesmo vivendo numa Alemanha que passava por uma febre de medievalismo. Protetor de Wagner, teve uma inclinação pela edificação de diversos palácios e castelos dentro de um estilo neogótico irreal, acreditando estar plasmando uma plástica própria das raízes do povo alemão. Essa recriação do passado foi feita com fria minuciosidade, respeitando cada um dos elementos arquitetônicos originais, até conseguir réplicas tão anacrônicas quanto fiéis. O expoente máximo dessa tendência é o castelo de Neuschwanstein (1869-1886), que surge fantasmagórico por entre uma paisagem enevoada de montanha, como que esperando a chegada de um magnífico Siegfried. Os ministros do governo, apreensivos com sua prodigalidade e seus caprichos, internaram o monarca no castelo de Berg. Pouco depois afogava-se nas águas do vizinho lago de Starnberg, em circunstâncias misteriosas nunca esclarecidas.